MATSUO BASHÔ - QUE LUA, QUE FLOR (1689)

Que lua, que flor

nada, bebo umas doses

aqui sozinho.

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月花もなくて酒のむ独りかな

tsuki hana mo / nakute sake nomu / hitori kana

(1689)

[tradução Gustavo Frade].

DE JOELHOS - FLORBELA D'ALMA DA CONCEIÇÃO ESPANCA (1919)

“Bendita seja a Mãe que te gerou.”
Bendito o leite que te fez crescer
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama, pra te adormecer!

Bendita essa canção que acalentou
Da tua vida o doce alvorecer ...
Bendita seja a Lua, que inundou
De luz, a Terra, só para te ver ...

Benditos sejam todos que te amarem,
As que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão fervente e louca!

E se mais que eu, um dia, te quiser
Alguém, bendita seja essa Mulher,
Bendito seja o beijo dessa boca!!

LUA CHEIA - PEDRO VIÁFORA (SANDY) (2020)

A gente anda inseguro
Construindo muros no chão
Arquitetando no escuro nossa direção
Viver de esperança cansa, eu sei
A nossa crença se abalou
Mas frases de ódio não vão vingar
Chega pra cá pra falar de amor
A gente 'tá no dia a dia
E às vezes a alegria não 'tá
Vivendo sem ter companhia, ninguém vai chegar
O mundo anda reclamando demais
A fé na vida não firmou
Mas ondas do medo não vão soar
Fúria e amargura não vão se impor
Deixa a tristeza pra lá
Vem cá, a Lua 'tá cheia
Vamos contar histórias
Falar de coisa boa
Vem cá, olhar para as estrelas
Vamos criar memórias
Elogiar pessoas
A gente anda inseguro
Construindo muros no chão
Arquitetando no escuro nossa direção
Viver de esperança cansa, eu sei
A nossa crença se abalou
Mas frases de ódio não vão vingar
Chega pra cá pra falar de amor
A gente 'tá no dia a dia
E às vezes a alegria não 'tá
Vivendo sem ter companhia, ninguém vai chegar
O mundo anda reclamando demais
A fé na vida não firmou
Mas ondas do medo não vão soar
Fúria e amargura não vão se impor
Deixa a tristeza pra lá
Vem cá, a Lua 'tá cheia
Vamos contar histórias
Falar de coisa boa
Vem cá, olhar para as estrelas
Vamos criar memórias
Elogiar pessoas
Vem cá, a Lua 'tá cheia
Vamos contar histórias
Falar de coisa boa
Vem cá, olhar para as estrelas
Vamos criar memórias
Elogiar pessoas

LUA ZEN - BELCHIOR E GRACCO (1987)

No mar de Malibu
Paira uma lua azul
A mesma praia blue
De Honolulu

Há de haver aí
Mais de um Havaí
Lua cheirando a luar
E a abacaxi

Numa savana africana
O luar-luz no capim
Lamento babuíno, o hino
Do pai primata em mim

Ó cerejeira do Japão
A nuvem nô, gueixa e bonsai
Purpura pura a murmurar:
Madame Butterfly!

Sob a palmeira neon
Eu danço nu, como é bom
No litoral tropical
Além do bem e do mal

Pra Santiago de Cuba
Se vai de lua e bongô
Mil lantejoulas, New York
Lugar comum de metrô

TRISTEZA DO JECA - ANGELINO DE OLIVEIRA (1918)

Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Prá você quero contar
O meu sofrer e a minha dor
Sou igual a um sabiá
Que quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está

Nesta viola canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buracos
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia um barulhão

Nesta viola, canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o Jeca quando canta
Dá vontade de chorar

E o choro que vai caindo
Devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar.

CAIS - MILTON NASCIMENTO - RONALDO BASTOS (1972)

Para quem quer se soltar

Invento cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento amor e sei a dor de me lançar

Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador

Para quem quer me seguir
Eu quero mais
Tenho um caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir

Invento o cais
E sei a vez de me lançar .

RANCHO FUNDO - ARY BARROSO E LAMARTINE BABO (1930)



NO RANCHO FUNDO(Ary Barroso / Lamartine Babo)

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade...

No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as mágoas
Tendo os olhos rasos d'água...

Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo um cigarro
Por companheiro...

Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno...

No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia...

Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Já morreu na cordilheira...

Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza...

Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê...

Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá prá cima
Todo o amor que há na terra...

Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade...

Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo...

Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Da morena...

A FLOR E O ESPINHO - NELSON CAVAQUINHO, GUILHERME DE BRITO E ALCIDES CAMINHA (1957)

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha magoa
A minha dor e os meus olhos rasos d'agua
Eu na sua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor

Eu só errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Que eu quero passar com a minha dor.

A DEUSA DA MINHA RUA - NEWTON CARLOS TEIXEIRA E JORGE FARAJ (1939)

A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar
Nos seus olhos eu suponho
Que o sol, num dourado sonho
Vai claridade buscar

Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz

Na rua uma poça d'água
Espelho da minha mágoa
Transporta o céu
Para o chão
Tal qual o chão de minha vida
A minh ’alma comovida
O meu pobre coração

Espelhos da minha mágoa
Meus olhos
São poças d’água
Sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu
ela é nobre
Não vale a pena sonhar.

RENGA DA NOITE - ALICE RUIZ

noite escura
de luz a luz
nenhuma dívida

ontem hoje amanhã
trabalho pra madrugada
noites tardes manhãs

noite no mato
o cheiro de açucena
é nosso lume

noite de verão
escrevendo vento
eu e o vento

noite de verão
vem com a brisa
um cheiro de primavera

noite no escuro
pensando que era barata
matei o vagalume

noite cheia
lua minguante
meu quarto crescente

LUAR - MARIO QUINTANA

Clair de lune,
Chiaro de luna, 
Claro de luna... 
jamais os franceses, os italianos e os espanhóis 
saberão mesmo o que seja o luar, 
que nós bebemos de um trago numa palavra só.”

FLORES DA LUA - CRUZ E SOUSA

Brancuras imortais da Lua Nova
Frios de nostalgia e sonolência...
Sonhos brancos da Lua e viva essência
Dos fantasmas noctívagos da Cova.

Da noite a tarda e taciturna trova
Soluça, numa tremula dormência...
Na mais branda, mais leve florescência
Tudo em Visões e Imagens se renova.

Mistérios virginais dormem no Espaço,
Dormem o sono das profundas seivas,
Monótono, infinito, estranho e lasso...

E das Origens na luxúria forte
Abrem nos astros, nas sidéreas leivas
Flores amargas do palor da Morte.

HAIKAI - MILLÔR FERNANDES

Nas poças da rua

o vira-lata

lambe a lua.


AO LUAR - AUGUSTO DOS ANJOS (1912)

Quando, à noite, o Infinito se levanta
A luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha táctil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!

O LUAR - MARIO QUINTANA (1987)

O luar é a luz do sol que está sonhando...



(Livro: Preparativos de Viagem)

SONETO À LUA - VINICIUS DE MORAES (1938)

Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!

SEXY YEMANJÁ (A NOITE VAI TER LUA CHEIA) - PEPEU GOMES E LUÍS OLIVEIRA (1993)

A noite vai ter lua cheia
Tudo pode acontecer
A noite vai ter lua cheia
Quem eu amo vem me ver
Tem a ver com o mar
Um luar solar
É o amor que me incendeia
Vou sair de mim
Leve como o ar
E agradar minha sereia
Se ela me chamar
E quiser me amar
Eu vou vou vou, vou vou vou vou vou
Sexy Yemanjá
Tudo a ver com o mar
A noite vai ter lua cheia
A noite vai ter lua cheia
Tudo pode acontecer
A noite vai ter lua cheia, olha a lama!
Quem eu amo vem me ver
Vou me preparar, um banho de mar
Pronto pra ser todo seu, todo seu
Vou amar demais, quero estar em paz
Entre nós só sexo e Deus
Se ela me chamar
E quiser me amar
Eu vou, vou vou, vou vou, vou, vou, vou, vou
Sexy Yemanjá
Tudo a ver com o mar
A noite vai ter lua cheia
Ay, papá
Yo só quiero recordar
Que a luz da luna es del sol
Ay, papá
Yo só quiero recordar
Que a luz da luna es del sol

DE NOITE - GUILHERME DE ALMEIDA (1947)

Uma árvore nua

aponta o céu. Numa ponta

brota um fruto. A lua?

DEIXANDO O PAGO - VITOR RAMIL E JOÃO DA CUNHA VARGAS (1997)

Alcei a perna no pingo

E saí sem rumo certo
Olhei o pampa deserto
E o céu fincado no chão
Troquei as rédeas de mão
Mudei o pala de braço
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão


E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago
E trago na boca o amargo
Dum doce beijo de china

Sempre gostei da morena
É a minha cor predileta
Da carreira em cancha reta
Dum truco numa carona
Dum churrasco de mamona
Na sombra do arvoredo
Onde se oculta o segredo
Num teclado de cordeona

Cruzo a última cancela
Do campo pro corredor
E sinto um perfume de flor
Que brotou na primavera.
À noite, linda que era,
Banhada pelo luar
Tive ganas de chorar
Ao ver meu rancho tapera

Como é linda a liberdade
Sobre o lombo do cavalo
E ouvir o canto do galo
Anunciando a madrugada
Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada

O pingo tranqueava largo
Na direção de um bolicho
Onde se ouvia o cochicho
De uma cordeona acordada
Era linda a madrugada
A estrela d'alva saía
No rastro das três marias
Na volta grande da estrada

Era um baile, um casamento
Quem sabe algum batizado
Eu não era convidado
Mas tava ali de cruzada
Bolicho em beira de estrada
Sempre tem um índio vago
Cachaça pra tomar um trago
Carpeta pra uma carteada

Falam muito no destino
Até nem sei se acredito
Eu fui criado solito
Mas sempre bem prevenido
Índio do queixo torcido
Que se amansou na experiência
Eu vou voltar pra querência
Lugar onde fui parido

A LUA E EU - CASSIANO E PAULO ZDANOWSKI (1976)

Mais um ano se passou
E nem sequer ouvi falar seu nome, a lua e eu
Caminhando pela estrada
Eu olho em volta e só vejo pegadas
Mas não são as suas eu sei,
Eu sei, eu sei
O vento faz eu lembrar você
As folhas caem mortas como eu
Quando olho no espelho
Estou ficando velho e acabado
Procuro encontrar
não sei onde está você
Você você....
o Vento faz eu lembrar você
As folhas caem mortas como eu...
A lua e eu.

DEIXE O BRILHO DA LUA ENTRAR - TRIBO DE JAH (1997)



Apague toda luz
E puxe bem a cortina 
Ou deixe o brilho 
Da Lua entrar 
De novo em nossas vidas... 

Uh! Aguardo a tanto tempo 
Eu guardo essa mensagem 
Prá você 
Ele não chega 
O momento tem tempo 
Prá te dizer 
Tem tempo! 
Tem tempo!... 

Eu vou te dá todo o amor 
Amor como você nunca provou 
Eu vou te dá todo o meu amor 
Amor como você nunca sonhou...
Aaaaaaah! Aaaaaah! Aaaaaaah! Aaaaaah! 

Apague toda luz 
Nem pense em resistir ou não 
Oh! deixe o brilho
Do meu amor entrar 
De novo no teu coração... 
Aaaaaaah! Aaaaaah! Aaaaaaah! Aaaaaah! 

Eu vou te dá todo o amor 
Amor como você nunca provou 
Eu vou te dá todo o meu amor 
Amor como você nunca sonhou...

LUA - PEDRO ABRUNHOSA (1996)

(INTÉRPRETE: SANDRA DE SÁ)
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Mais um dia que acaba

E a cidade parece dormir,
Da janela vejo a luz que bate no chão
E penso em te possuir.
Noite após noite, há já muito tempo,
Saio sem saber para onde vou,
Chamo por ti, na sombra das ruas,
Mas só a lua sabe quem eu sou.
Lua, lua,
Eu quero ver o teu brilhar,
Lua, lua, lua,
Eu quero ver o teu sorrir.

Leva-me contigo,
Mostra-me onde estás,
É que o pior castigo
É viver assim, sem luz nem paz,
Sozinho com o peso do caminho
Que se fez para trás...
Lua, eu quero ver o teu brilhar,
No luar, no luar.

Homens de chapéu e cigarros compridos
Vagueiam pelas ruas com olhares cheios de nada,
Mulheres meio despidas encostadas à parede
Fazem-me sinais que finjo não entender.
Loucas são as noites, que passo sem dormir,
Loucas são as noites.
Os bares estão fechados já não há onde beber,
Este silêncio escuro não me deixa adormecer.
Loucas são as noites.

Leva-me contigo,
Mostra-me onde estás,
É que o pior castigo
é viver assim, sem luz nem paz,
Sozinho com o peso do caminho
Que se fez para trás...
Lua, eu quero ver o teu brilhar,
No luar, no luar.

Não há saudade sem regresso, não há noites sem madrugada,
Ouço ao longe as guitarras, nas quais vou partir,
Na névoa construo a minha estrada.

Loucas são as noites, que passo sem dormir,
Loucas são as noites.
Loucas são as noites, que passo sem dormir,
Loucas são as noites...

SEREIA - LULU SANTOS E NELSON MOTTA (1995)

Clara como a luz do sol
Clareira luminosa nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente nesses mares do sul

Clareira azul no céu
Na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério

Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz

No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo

Luz do divinal querer
Seria uma sereia
Ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será um sonho de criança
Sob o sol da manhã

AQUARELA DO BRASIL - ARY BARROSO (1939)

Brasil

Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Prá mim, prá mim

Ô abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil, Brasil

Deixa, cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a Sá Dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil, Brasil
Prá mim, prá mim

Brasil
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Ô Brasil, verde que dá
Para o mundo admirá
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Prá mim, prá mim

Ô, esse coqueiro que dá coco
Oi onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, Brasil
Ô ouve estas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ô, esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, Brasil
Prá mim, prá mim

DOCE VAMPIRO - RITA LEE JONES (1979)

Venha me beijar

Meu doce vampiro
Ou, ou
Na luz do luar
Ãh, ãh
Venha sugar o calor
De dentro do meu sangue vermelho
Tão vivo tão eterno, veneno
Que mata sua sede
Que me bebe quente
Como um licor
Brindando a morte e fazendo amor

Meu doce vampiro
Ou, ou
Na luz do luar
Ãh, ãh
Me acostumei com você
Sempre reclamando da vida
Me ferindo, me curando, a ferida

Mas nada disso importa
Vou abrir a porta
Pra você entrar
Beija minha boca
Até me matar

Cha, lá, lá, lá
Ou, ou
Cha, lá, lá, lá
Ou ou, ou ou
Ãh, ãh
Ou, ou, ou ou
Ãh, ahãh

Ãh, ãh
Me acostumei com você
Sempre reclamando da vida
Me ferindo, me curando, a ferida

Mas nada disso importa
Vou abrir a porta
Pra você entrar
Beija a minha boca
Até me matar de amor!

RATO - PAULO TATIT (PALAVRA CANTADA) (1998)

Vamo lá

Todo rato tem rabo longo
Todo rato tem faro esperto
Todo rato curte escuro, lambe restos
Todo rato deixa rastro
Todo rato trai e mente
Todo rato assusta a gente
Todo rato anda em bando
São os ratos, são os ratos, são os ratos
Bem malandros
Mas sempre tem um que é diferente
Tem sempre um que até surpreende a gente

Esse rato que aqui se mostra
É um rato que a gente gosta
É um rato que ao invés de catar
Lasquinhas de queijo e comer na rua
Prefere mil vezes um beijo
Um beijo brilhante da lua
Lua minguante, Lua crescente
Declaro ser o seu mais lindo amante
Com você eu quero me casar
Fazer da noite escura
O nosso altar

Rato, meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Pra selar este contrato
Minha luz é passageira
Fico sempre por um triz
Mesmo quando estou inteira
Vem a nuvem me cobrir
Ela sim, nuvem faceira
É que lhe fará feliz

Nuvem redonda que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
Com você eu quero me casar
Fazer do céu imenso o nosso altar

Rato, meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Pra selar este contrato
Minha sombra é tão nublada
Fico sempre por um triz
Mesmo quando estou parada
Vem a brisa a me diluir
Ela sim, brisa danada
É que lhe fará feliz

Brisa macia
Que destrói a nuvem que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
E com você eu quero me casar
Fazer do vento nosso altar
Rato, meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Pra selar este contrato
Mesmo quando sopro forte
Vem a parede a me barrar
Só a parede de uma casa
Não deixa a brisa passar
Ela sim, dura parede
É que aprenderá te amar

Parede parada
Que barra a brisa que destrói a nuvem
Que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
E com você eu quero me casar
Fazer da terra o nosso altar

Rato, meu querido rato
Eu não sou assim de fino trato
Pra selar este contrato
Meus tijolos são de barro
Mas não é difícil me esburacar
Mesmo sendo bem segura
Vem a ratinha me cavoucar
Só a ratinha bem dentuça
Saberá como te amar

Ratinha dentuça
Que cavouca a parede que barra a brisa
Destrói a nuvem que cobre o luar
Declaro ser o seu mais lindo amante
E com você eu quero me casar
Fazer da natureza o nosso altar

Rato, meu querido rato
Eu que sou assim de fino trato
Pra selar esse contrato
O meu faro é tão certeiro
Com você vou ser feliz
Mesmo não sendo perfeita
Eu sou a ratinha eleita
Fico toda aqui sem jeito
Esperando um grande queijo
Ops
Esperando um grande beijo

Toda rata tem rabo longo
Toda rata tem faro esperto
Toda rata curte escuro, lambe restos
Toda rata deixa rastro
Toda rata trai e mente
Toda rata assusta a gente
Toda rata anda em bando
São as ratas, são as ratas, são as ratas
Bem malandras

DANÇANDO NA LUA - MARCELO NOVA (CAMISA DE VÊNUS) 2016

Meu coração nasceu torto, ainda vai me matar
Ele faz o que quer, depois é que vem me contar 
Vou andar sobre as águas, nelas vou caminhar 
Até que o meu chapéu enfim comece a boiar 

Amanhã estarei chegando na sua rua 
Amanhã me espere em casa e por favor me espere nua 
Mas hoje não porque hoje eu 
Eu estou dançando na lua 

Minhas cartas estão ruins mas eu nasci pra jogar 
Foi lhe observando que aprendi a blefar 
Você tirou as luvas e me acertou em cheio 
Ah, foi melhor que Deus quando inventou os seios 

Amanhã estarei chegando na sua rua 
Amanhã me espere em casa e por favor me espere nua 
Mas hoje não porque hoje eu 
Eu estou dançando na lua 

Agora os fatos estão com as vísceras expostas
O que você precisa nem sempre é o que você mais gosta 
Seus olhos continuam bailando dentro do meu coração 
Com as estrelas de Agosto se espatifando no chão 

Amanhã estarei chegando na sua rua 
Amanhã me espere em casa e por favor me espere nua 
Mas hoje não porque hoje eu 
Eu estou dançando na lua 

Amanhã estarei chegando na sua rua 
Amanhã me espere em casa e por favor vê se me espera nua 
Mas hoje não porque hoje eu 
Eu estou dançando, eu estou dançando 
Eu estou dançando na lua

ASTRONAUTA DE MÁRMORE - CARLOS STEIN E SADY HOMRICH (NENHUM DE NÓS) (VERSÃO DE STARMAN, DAVID BOWIE ) (1988)

A lua inteira agora é um manto negro
O fim das vozes no meu rádio 
São quatro ciclos no escuro deserto do céu 

Quero um machado pra quebrar o gelo 
Quero acordar do sonho agora mesmo 
Quero uma chance de tentar viver sem dor 

Sempre estar lá 
E ver ele voltar 
Não era mais o mesmo 
Mas estava em seu lugar 

Sempre estar lá 
E ver ele voltar 
O tolo teme a noite 
Como a noite vai temer o fogo 

Vou chorar sem medo 
Vou lembrar do tempo 
De onde eu via o mundo azul 

A trajetória escapa o risco nu... 
As nuvens queimam o céu matiz azul... 
Desculpe estranho, eu voltei mais puro do céu 

Na lua o lado escuro é sempre igual... 
No espaço a solidão é tão normal... 
Desculpe estranho, eu voltei mais puro do céu 

Sempre estar lá 
E ver ele voltar 
Não era mais o mesmo 
Mas estava em seu lugar 

Sempre estar lá 
E ver ele voltar 
O tolo teme a noite 
Como a noite vai temer o fogo 

Vou chorar sem medo 
Vou lembrar do tempo 
De onde eu via o mundo azul
De onde eu via o mundo azul 

Estar lá 
E ver ele voltar 
Não era mais o mesmo 
Mas estava em seu lugar 

Sempre estar lá 
E ver ele voltar 
O tolo teme a noite 
Como a noite vai temer o fogo 
Vou chorar sem medo 
Vou lembrar do tempo 
De onde eu via o mundo azul

ROMANCE DA LUA, LUA - (TRADUÇÃO DE UM POEMA DE GARCIA LORCA) (AMELINHA) (1983)

Sobre à frágua
Veio a lua,
Com seus babados de renda.
O menino mira, mira.
O menino a está mirando.
No ar súbito, comovido
A lua move seus braços
E mostra, lúbrica e puro,
Seios de duro estanho.
Foge, lua, lua, lua.
Foge, lua, lua, lua.
Foge, lua, lua, lua.
Foge, lua, lua, luaaaaa!
Se viessem os ciganos,
Com teu coração fariam
Anéis e colares brancos.
Oh, foge lua, lua, lua, luaaaa!
Quando vierem os ciganos,
Te acharão sobre a bigorna
Com teus olhinhos fechados.
Foge, lua, lua, lua.
Que já sinto seus cavalos.
Deixa-me, filho, não pises
O meu alvor engomado.
Deixa-me, filho, não pises
O meu alvor engomado.
Deixa-me, filho, não pises
O meu alvor engomado.
Vinha perto o cavaleiro,
Com o tambor do chão tocando.
E, dentro da frágua, o menino
Tem seus olhinhos fechados.
Pelo oliveiral, bronze e sonho,
Eles vinham, os ciganos.
As cabeças para cima
E os olhos sempre-cerrados.
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, luaaaa!
E dentro da frágua choram,
Dando gritos os ciganos.
O ar da noite vela, vela.
O ar da noite a está velando.
Ai!!
Como canta a coruja,
Como canta no galho!
Através do céu, a lua
Vai o menino levando
Ai! como canta a coruja
Ai! como canta no galho
Através do céu a lua
Vai o menino levando
Ai! como canta a coruja
Ai! como canta no galho
Através do céu a lua
Vai o menino levando
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, luaaaa!
Lua, lua, lua, lua, lua, luaaa!
Lua, lua, lua, lua, lua, luaaa!
Lua, lua, lua, lua, lua, luaaa!

LUA DE CRISTAL - MICHAEL SULLIVAN E PAULO MASSADAS (1990)

Canção imortalizada por Xuxa.

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Tudo pode ser, se quiser será
O sonho sempre vem pra quem sonhar
Tudo pode ser, só basta acreditar
Tudo que tiver que ser, será

Tudo que eu fizer
Eu vou tentar melhor do que já fiz
Esteja o meu destino onde estiver
Eu vou buscar a sorte e ser feliz

Tudo que eu quiser
O cara lá de cima vai me dar
Me dar toda coragem que puder
Que não me falte forças pra lutar

Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
Todos somos um
E juntos não existe mal nenhum
Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
O sonho está no ar
O amor me faz cantar

Lua de cristal
Que me faz sonhar
Faz de mim estrela
Que eu já sei brilhar
Lua de cristal
Nova de paixão
Faz da minha vida
Cheia de emoção

Tudo que eu fizer
Eu vou tentar melhor do que já fiz
Esteja o meu destino onde estiver
Eu vou buscar a sorte e ser feliz

Tudo que eu quiser
O cara lá de cima vai me dar
Me dar toda coragem que puder
Que não me falte forças pra lutar

Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
Todos somos um
E juntos não existe mal nenhum
Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
O sonho está no ar
O amor me faz cantar

Lua de cristal
Que me faz sonhar
Faz de mim estrela
Que eu já sei brilhar
Lua de cristal
Nova de paixão
Faz da minha vida
Cheia de emoção

Lua de cristal
Que me faz sonhar
Faz de mim estrela
Que eu já sei brilhar
Lua de cristal
Nova de paixão
Faz da minha vida
Cheia de emoção

LINDO LAGO DO AMOR - GONZAGUINHA (1984)

E bem que viu o bem-te-vi, 
A sabiá sabia já. 
A lua só olhou pro sol; 
A chuva abençoou 

O vento diz "ele é feliz" 
A águia quis saber 
Por que, por que, pourquoi será? 
O sapo entregou: 

Ele tomou um banho d'água fresca 
No lindo lago do amor 
Maravilhosamente clara água 
No lindo lago do amor

HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR - RENATO RUSSO (LEGIÃO URBANA) (1992)

Ela passou do meu lado
"Oi amor" eu lhe falei
- Você está tão sozinha
Ela então sorriu pra mim
Foi assim que a conheci
Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham, beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu

Nos encontramos a noite
Passeamos por ali
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi

Lua de prata no céu
O brilho das estrelas no chão
Tenho certeza que não sonhava
A noite linda continuava
E a voz tão doce que me falava
O mundo pertence a nós

E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está
E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor

CARIMBADOR MALUCO - RAUL SEIXAS (ÁLBUM PLUNCT, PLACT, ZUUM) (1983)

5... 4... 3... 2

Parem! Esperem aí
Onde é que vocês pensam que vão?
Ãn-ãn

Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!

Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
(Se quiser voar)
Pra Lua: A taxa é alta
Pro Sol: Identidade
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo
É preciso meu carimbo dando o sim
Sim, sim, sim

Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!

Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
(Se quiser voar)
Pra Lua: A taxa é alta
Pro Sol: Identidade
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo
É preciso meu carimbo dando o sim
Sim, sim, sim

Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!

Mas ora, vejam só, já estou gostando de vocês
Aventura como essa eu nunca experimentei!
O que eu queria mesmo era ir com vocês
Mas já que eu não posso
Boa viagem, até outra vez
Agora o

Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum
Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum

Boa viagem

Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum
Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum

Boa viagem, meninos, boa viagem

ZIRIGUIDUM 2001, CARNAVAL NAS ESTRELAS GIBI, TIÃOZINHO E ARSÊNIO (G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel, RJ) (1985)

Desse mundo louco

De tudo um pouco
Eu vou levar pra 2001
Avançar no tempo
E nas estrela fazer meu Ziriguidum (meu ziriguidum)
Nos meus devaneios quero viajar

Sou a Mocidade
Sou Independente
Vou a qualquer lugar

Vou à Lua, vou ao Sol
Vai a nave ao som do samba
Caminhando pelo tempo
Em busca de outros bambas

Quero ver no céu minha estrela brilhar
Escrever meus versos à luz do luar
Vou fazer todo o universo sambar!
Até os astros irradiam mais fulgor
A própria vida de alegria se enfeitou
Está em festa o espaço sideral
Vibra o universo, hoje é carnaval

Quero ser a pioneira
A erguer minha bandeira
E plantar minha raiz

APOLO DO SAMBA - BEZERRA DA SILVA (1979)

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

Mano Décio, do Império Serrano
Baianinho do Encima da Hora
Vai Paulinho da Portela
Tocando a sua Viola

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

Do São Carlos, vai Noel
Lá do Estácio de Sá
Zé Dedão e Nonô do Jacaré
E o meu camarada, Gaspar
Vai Sussuga do Salgueiro
Toco de Padre Miguel
Catimba da Imperatriz
Martinho da Vila Izabel

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

Eu convidei Naquim da Ilha
E Pandeirinho da Mangueira
Eu também vou passar lá na Tijuca
Pra Chamar Mário Pereira

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

Meu Cumpadre Nonô e Zé Berção
Me perdoa eu tomar a liberdade
Em dizer que o Bezerra também vai
Provar sua versatilidade

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

Olha que eu já ia me esquecendo
De uma rapaziada bamba
E comigo também vai
O Cocho do Nosso Samba

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

E vai a nave pra lua, com viola e pandeiro
É apolo do samba, levando os partideiros

LUA CHEIA - ARMANDINHO (2006)

Lua cheia, desliga o farol
Namora comigo
À espera do sol
Tira a roupa
Pra um banho de mar
É pele na pele
Desejo no olhar
Água faz,
Pensar mil fantasias pra fazer amor
Só eu e você
Lua faz
O nosso sentimento libertar o amor
Se enlouquecer
Deixa a doideira bater
Pra nunca mais esquecer
Deixa a maré nos levar
Lalalalaia, lalalalaia, laia
Lua cheia, desliga o farol
Namora comigo
À espera do sol
Tira a roupa
Pra um banho de mar
É pele na pele,
Desejo no olhar
Água faz,
Pensar mil fantasias pra fazer amor
Só eu e você
Lua faz
O nosso sentimento libertar o amor
Se enlouquecer
Deixa a doideira bater
Pra nunca mais me esquecer
Deixa a maré nos levar
Lalalalaia, lalalalaia, laia
Água faz
Pensar mil fantasias pra fazer amor
Só eu e você
Lua faz
O nosso sentimento libertar o amor
Se enlouquecer
Deixa a doideira bater
Pra nunca mais me esquecer
Deixa a maré nos levar
Lalalalaiá, lalalalaiá, laiá
Lalalalaiá, lalalalaiá, lalalalaiá, lalalalaiá,
Lalalalaiá, lalalalaiá, laiá
Lalalalaiá, lalalalaiá, lalalalaiá, lalalalaiá,
Lalalalaiá, lalalalaiá, laiá

OH LUA - ARMANDINHO (2008)

Será que você nunca viu?
Tão perto e nunca percebeu
Um clima entre você e eu
Tão fácil de você notar
Eu nunca tentei esconder
tudo que eu sinto por você
Lua, Oh, lua
Manda o meu beijo pra ela
Manda uma estrela cadente de amor
Entrar pela sua janela
Será que você nunca viu?
Tão perto e nunca percebeu
Um clima entre você e eu
Tão fácil de você notar
Eu nunca tentei esconder
Tudo que eu sinto por você
Lua, Oh, lua manda o meu beijo pra ela
manda uma estrela cadente de amor
entrar pela sua janela. 

Não sei se você vai lembrar
Que eu fiz você morrer de rir
Quando chorava por alguém
Aquilo que eu nunca falei
As coisas que eu guardei em mim
o medo de perder você

Lua, Oh, lua manda o meu beijo pra ela
manda uma estrela cadente de amor
entrar pela sua janela
Aquilo que eu nunca falei
as coisas que eu guardei em mim
o medo de perder você

Lua, Oh, lua manda o meu beijo pra ela
manda uma estrela cadente de amor
entrar pela sua janela

DONA DO MEU PENSAMENTO - CHORÃO E THIAGO CASTANHO (CHARLIE BROWN JR) (2009)

Verso lunar => Vem lua, vem, vem dançar pra mim

===============================

Seremos donos do nosso amanhã se estivermos unidos
Em sintonia com os nossos sonhos
Mesmo se não formos iguais
Pois não somos iguais
Eu caminho no meio da multidão
Eu me sinto à vontade
Pois partilhamos noites, ruas e sonhos
Como se fossemos iguais

Pois me faz tocar o céu, ver você sorrir
Vem lua, vem, vem dançar pra mim
Ninguém em seu lugar
Então deixa a noite seguir
Bom poder brindar que você está aqui

Dona do meu pensamento, você, nossa história
Dona do meu pensamento, você, nossa história

Observados por dragões ferozes lutamos pra sobreviver
Mas precisamos realmente saber
O real valor que a vida tem
Caminho no meio da multidão
Eu me sinto à vontade
Pois partilhamos noites, ruas e sonhos
Como se fossemos iguais
Pois me faz tocar o céu, ver você sorrir
Vem lua, vem, vem dançar pra mim
Ninguém em seu lugar
Então deixa a noite seguir
Bom poder brindar que você está aqui
Dona do meu pensamento, você, nossa história
Dona do meu pensamento, você, nossa história
Eu sempre vou te amar
Eu sei que eu sempre vou te amar
Dona do meu pensamento, você, nossa história
Dona do meu pensamento, você, nossa história
Nossa história
Nossa história
Nossa história
Nossa história

FLOR DO REGGAE - IVETE SANGALO, GIGI E FABINHO O'BRIAN (2004)

Um brilho de amor chegou na ilha inteira
E a lua que traz o amor é lua cheia
Um grito de dor que vem do peito de quem amou alguém
O reggae me traz saudades de quem me beijou
E agora tá tão distante em outra ilha
O amor me chamou de flor
E disse que eu era alguém pra vida inteira
Como se eu fosse flor, você me cheira
Como se eu fosse flor, você me rega
E nesse reggae eu vou a noite inteira
Porque morrer de amor é brincadeira
Como se eu fosse flor, você me cheira
Como se eu fosse flor, você me rega
E nesse reggae eu vou a noite inteira
Porque morrer de amor é brincadeira

DA PONTE PRA CÁ - MANO BROWN - RACIONAIS MCS (2002)

A lua cheia clareia as ruas do Capão
Acima de nós só Deus humilde, né, não, né, não?
Saúde, plin, mulher e muito som
Vinho branco para todos, um advogado bom
Cof, cof, ah esse frio 'tá de fuder
Terça feira é ruim de rolê, vou fazer o que?
Nunca mudou nem nunca mudará
O cheiro de fogueira vai perfumando o ar
Mesmo céu, mesmo CEP no lado sul do mapa
Sempre ouvindo um RAP para alegrar a rapa

Nas ruas da sul eles me chamam Brown
Maldito, vagabundo, mente criminal
O que toma uma taça de champanhe também curte
Desbaratinado, tubaína, tutti-frutti
Fanático, melodramático, bon-vivant
Depósito de mágoa, quem está certo é os Saddan, ham

Playboy bom é Chinês, Australiano
Fala feio e mora longe, não me chama de mano
E aí, brother, hey, uhuuul Pau no seu

Três vezes seu sofredor, eu odeio todos vocês
Vem de artes marciais que eu vou de Sig Sauer
Quero sua irmã e seu relógio Tag Heuer
Um conto, se pá, dá pra catá

Ir para a quebrada e gastar antes do galo cantar
Um triplex para a coroa que malandro quer
Não só desfilar de Nike no pé

Ô, vem com a minha cara e o din-din do seu pai
Mas no rolê com nós 'cê não vai
Nós aqui, vocês lá, cada um no seu lugar
Entendeu se a vida é assim, tem culpa eu?

Que é o crime ou o creme, se não deves não teme
As perversa se ouriça, os inimigo treme
E a neblina cobre a estrada de Itapecirica

[sirenes]
Sai, Deus é mais, vai morrer pra lá zica

Não adianta querer, tem que ser, tem que pá
O mundo é diferente da ponte pra cá
Não adianta querer ser, tem que ter pra trocar
O mundo é diferente da ponte pra cá
Tem que ser, tem que pá
O mundo é diferente da ponte pra cá
Não adianta querer ser, tem que ter pra trocar

Outra vez nós aqui, vai vendo
Lavando o ódio embaixo do sereno
Cada um no seu castelo, cada um na sua função
Tudo junto, cada qual na sua solidão
Hei, mulher é mato, a Mary Jane impera
Dilui a rádio e solta na atmosfera
Faz da quebrada o equilíbrio ecológico
E distingue o judas só no psicológico

Hó, filosofia de fumaça, analise
E cada favelado é um universo em crise
Quem não quer brilhar, quem não mostra quem
Ninguém quer ser coadjuvante de ninguém
Quantos caras bom, no auge se afundaram por fama
E 'tá tirando dez de Havaiana
E quem não quer chegar de Honda preto em banco de couro
E ter a caminhada escrita em letras de ouro
A mulher mais linda sensual e atraente
A pele cor da noite, lisa e reluzente
Andar com quem é mais leal verdadeiro
Na vida ou na morte o mais nobre guerreiro
O riso da criança mais triste e carente
Ouro e diamante, relógio e corrente
Ver minha coroa onde eu sempre quis pôr
De turbante, chofer, uma madame nagô
Sofrer pra que mais, se o mundo jaz do maligno?
Morrer como homem e ter um velório digno
Eu nunca tive bicicleta ou video-game
Agora eu quero o mundo igual Cidadão Kane
Da ponte pra cá antes de tudo é uma escola
Minha meta é dez, nove e meio nem rola
Meio ponto a ver, hum e morre um
Meio certo não existe, truta, o ditado é comum
Ser humano perfeito, não tem mesmo não
Procurada viva ou morta a perfeição
Errares, humanos esti, grego ou troiano
Latim, tanto faz pra mim fi de baiano
Mas se tiver calor, quentão no verão
Cê quer da um rolê no capão daquele jeito
Mas perde a linha fácil, veste a carapuça
Esquece estes defeitos no seu jaco de camurça
Jardim Rosana, Treze, Tremembé
Santa Tereza, Valo Velho e Dom José
Parque Chácara, Lídia, Vaz,
Fundão, muita treta com a Vinícius de Morais

NEM O SOL, NEM A LUA, NEM EU - LENINE E DUDU FALCÃO (2001)

Hoje eu encontrei a Lua
Antes dela me encontrar
Me lancei pelas estrelas
E brilhei no seu lugar
Derramei minha saudade
E a cidade se acendeu
Por descuido ou por maldade
Você não apareceu
Hoje eu acordei o dia
Antes dele te acordar
Fui a luz da estrela-guia
Pra poder te iluminar
Derramei minha saudade
E a cidade escureceu
Desabei na tempestade
Por um beijo seu
Nem a Lua, nem o Sol, nem Eu
Quem podia imaginar
Que o amor fosse um delírio seu
E o meu foi acreditar
Hoje o Sol não quis o dia
Nem a noite o luar

POEMA DE SETE FACES - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1930)

Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

LUA ADVERSA - CECÍLIA MEIRELES (1942)

Tenho fases, como a luaFases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

O QUERERES - CAETANO VELOSO (1984)

Verso lunar => "Onde queres a lua, eu sou o sol"

===============================

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambucano
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te e amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me arrumou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! bruta flor do querer
Ah! bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n'roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

LUA NOVA - MANUEL BANDEIRA (1953)

Meu novo quarto virado para o nascente:
meu quarto, de novo a cavaleiro da entrada da barra.

Depois de dez anos de pátio
volto a tomar conhecimento da aurora.
Volto a banhar meus olhos no mênstruo incruento das madrugadas.

Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir.

Hei de aprender com ele
a partir de uma vez
- sem medo,
sem remorso,
sem saudade.

Não pensem que estou aguardando a lua cheia
- esse sol da demência
vaga e noctâmbula.
O que mais quero,
o de que preciso
é de lua nova.

LUA NA ÁGUA - PAULO LEMINSKI (1982)

 


COISAS DA VIDA - RITA LEE JONES (1976)

Quando a lua apareceu
Ninguém sonhava mais do que eu
Já era tarde
Mas a noite é uma criança distraída
Depois que eu envelhecer
Ninguém precisa mais me dizer
Como é estranho ser humano
Nessas horas de partida
É o fim da picada
Depois da estrada começa
Uma grande avenida
No fim da avenida
Existe uma chance, uma sorte
Uma nova saída
São coisas da vida
E a gente se olha, e não sabe
Se vai ou se fica
Qual é a moral?
Qual vai ser o final
Dessa história?
Eu não tenho nada pra dizer
Por isso digo
Que eu não tenho muito o que perder
Por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer
Por isso sonho
Aaah, são coisas da vida
E a gente se olha
E não sabe se vai ou se fica

LUA NOVA - TORQUATO NETO E EDU LOBO (1967)

É lua nova

é noite derradeira
vou passar a vida inteira
esperando por você.

Andei perdido nas veredas da saudade
veio o dia, veio a tarde
veio a noite e me cobriu
é lua nova
nessa noite derradeira
vou me embora dentro dela
perguntar por quem te viu.


É lua nova
é noite derradeira
vou passar a vida inteira
esperando por você.


Essa noite é que é meu guia
essa lua é quem me guia
e você é o meu amor
meu amor...

Vou pela Estrada tão comprida
quem me diz não ser perdida
essa viagem que eu vou

É lua nova
é noite derradeira
vou passar a vida inteira
esperando por você 

VAI ALTA NO CÉU A LUA DA PRIMAVERA - FERNANDO PESSOA (HETERÔNIO ALBERTO CAEIRO) (1914)

Vai alta no céu a lua da Primavera
Penso em ti e dentro de mim estou completo.

Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira.
Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz.

Amanhã virás, andarás comigo a colher flores pelo campo,
E eu andarei contigo pelos campos ver-te colher flores.
Eu já te vejo amanhã a colher flores comigo pelos campos,
Pois quando vieres amanhã e andares comigo no campo a colher flores,
Isso será uma alegria e uma verdade para mim.

=============================
6-7-1914

“O Pastor Amoroso”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.

A LUA FOI AO CINEMA - PAULO LEMINSKI (1987)

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!

LUA À VISTA - PAULO LEMINSKI (1987)

lua à vista
brilhavas assim
sobre Auschwitz?


===================
Distraídos Venceremos
Ed. Brasiliense, São Paulo, 1987

A LUA FAZ SILÊNCIO PARA OS PÁSSAROS - MANOEL DE BARROS (1993)

A lua faz silêncio para os pássaros,
- eu escuto esse escândalo!
Um perfume vermelho me pensou.
(Eu contamino a luz do anoitecer?)
Esses vazios me restritam mais.
Alguns pedaços de mim já são desterro.
............................................................

(É a sensatez que aumenta os absurdos?)
De noite bebo água de merenda.
Me mantimento de ventos.
Descomo sem opulências.
Desculpe a delicadeza.

===========================
Seção 3.5 do poema "Os Deslimites da Palavra"
Livro das Ignorãças

SOMBRA BOA - MANOEL DE BARROS (2012)

Sombra Boa não tinha e-mail.
Escreveu um bilhete:

"Maria me espera debaixo do ingazeiro 
quando a lua tiver "arta".

Amarrou o bilhete no pescoço do cachorro
E atiçou:

Vai, Ramela, passa!

Ramela alcançou a cozinha num átimo.
Maria leu e sorriu.

Quando a lua ficou "arta" Maria estava.
E o amor se fez
Sob um luar sem defeito de abril.

===============================
[musicado por Márcio de Camillo no álbum Crianceiras]

LUA CHEIA / FICA DOIDA - LÉO HENKIN (PAPAS DA LÍNGUA) (2002)

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!

Êta vidinha da boa
Que ela me chama
Tira uma onda comigo
Me leva na boa
Cama de gata
Parece dona
Êta vidinha sacana
E ela é à toa

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!

Ela se amarra
Ela viaja na dela
Olha, menina danada
Não me dá bola
Anda comigo
Parece que vai rolar
Vira essa lua lá fora
E ela vai embora

Lua Cheia, fica doida
Lua Cheia, vamos namorar
Lua Nova, vida boa
Lua Nova, ela quer casar

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!

Ela diz que me ama
Mas não pode ficar
Meus amigos me dizem
Ela é estranha
Ela desaparece
E diz que não vai voltar
Vira essa lua lá fora
E ela me devora

Lua Cheia, fica doida
Lua Cheia, vamos namorar
Lua Nova, vida boa
Lua Nova, ela quer casar

Lua Cheia, fica doida
Lua Cheia, vamos namorar
Lua Nova, vida boa
Lua Nova, ela quer casar

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!

Êta vidinha da boa
E ela me chama
Tira uma onda comigo
Me leva na boa
Cama de gata
Parece dona
Êta vidinha sacana
E ela é à toa

Lua Cheia, fica doida
Lua Cheia, vamos namorar
Lua Nova, vida boa
Lua Nova, ela quer casar

Lua Cheia, fica doida
Lua Cheia, vamos namorar
Lua Nova, vida boa
Lua Nova, ela quer casar

Lua Cheia, fica doida
Lua Cheia, vamos namorar
Lua Nova, vida boa
Lua Nova, ela quer casar

Lua Cheia, fica doida
Lua Cheia, vamos namorar
Lua Nova, vida boa
Lua Nova, ela quer casar

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Êta vidinha sacana!

ESTOU NA MÃO - CHARLES MASTER e FLÁVIO BASSO (TNT) (1987)

Eu era um cara que fazia

Tudo aquilo que a garota queria
Agora ela me dá o fora
E eu fico aqui em pleno dia

A vida não acaba não
Meu irmão
A vida não acaba não
Meu irmão

Quando o tempo passa
A gente fica logo assustado
Agora tudo o que eu quero
É ficar ao teu lado

O tempo já passou pra nós dois
Quando a lua caiu no telhado
Outra menina já foi me chamar
Quando você for falar comigo

Eu só quero amar
Eu só quero amar
Eu só quero amar você
Eu tô na mão

ASTRONAUTA - CARLOS GERBASE E WANDER WILDNER (OS REPLICANTES) (1987)

Quando ela disse "cai fora"

A lua inteira soube na hora
Eu era só um pobre astronauta
Trabalhando numa armadura de lata
Meu chefe era um robô desalmado
Ele disse aqui na lua isso é bem normal
Mulher é coisa rara, brinquedo mimado
Primeiro bota em órbita e depois trata mal

Comprei uma passagem num foguete pra terra
E disse ao robô: a ferrugem te espera
Ele acendeu uma luzinha na testa
E disse lá em baixo "Já acabou a festa"

Não, eu sempre posso voltar
Comprar um carro e rodar por aí
Não, eu sempre posso esquecer
A poeira lunar e ter uma mulher só pra mim

Desci pensando em todas as mulheres da vida
Gastei o meu dinheiro nos prazeres do sexo
O que pode fazer um astronauta cansado
Além de esquecer que um dia foi amado

Não, eu sempre posso voltar
Comprar um carro e rodar por aí, rodar por aí
Não, eu sempre posso esquecer
A poeira lunar e ter uma mulher só pra mim

Agora quando a lua cresce no céu
Aperto contra o peito o coração de Bebel
E abençoo toda a indústria eletrônica
Por ter criado a minha nova esposa fiel
E molho a garganta tentando me livrar
Das últimas partículas de poeira lunar
Bebel então percebe e começa a chorar
E eu tenho medo que ela vá enferrujar também

Não, eu sempre posso voltar
Comprar um carro e rodar por aí, rodar por aí
Não, eu sempre posso esquecer
A poeira lunar e ter uma mulher só pra mim

O FUTURO É VÓRTEX - CARLOS GERBASE E HERON HEINZ (OS REPLICANTES (1986)

Caiu pra bandas do amanhã

Ele partiu pra não voltar
Ele levou seu talismã

Foi para Vórtex
Aonde o sol já virou lua

Ele precisa aprender a morrer
Mandando chumbo até o cano derreter
Ele não gosta do lugar

Esta em Vórtex
Aonde o sol já virou lua

A barra é braba no futuro
Tá tudo no mesmo lugar
Lá também se nasce duro
Pra comer tem que matar

Ele precisa aprender a morrer
Mandando chumbo até o cano derreter
Te mantém ai na tua

Porque em Vórtex
O nosso amigo sol há muito virou lua

LUA CHEIA - TIM BERNARDES (O TERNO) (2016)

Acho que algum feiticeiro 
Jogou uma praga qualquer sobre mim 
Sinto-me alucinado 
Sonhando acordado algum sonho ruim 

Vejo os planetas colidirem no universo 
Em plena noite de São Paulo 
Em cor e forma surreal 

Lua 
Cheia 
Conjunção 
Astral 

A superfície da terra 
Exala um calor que me deixa febril 
Olhos refletindo marte 
O caos do planeta está dentro de mim 

Surge tal como um gigante 
No fim do horizonte 
Tingindo a avenida central

Lua 
Cheia 
Conjunção 
Astral 

Minha imagem num espelho 
Um rio vermelho que escorre de mim 
Como que hipnotizado 
Só mais um cigarro, estou perto do fim 

Os nervos à flor da pele 
Euforia, incerteza 
Demência e desejo animal 

Lua 
Cheia 
Conjunção 
Astral 

Quem que me faz delirar? 
Quem que me tira do chão? 
Quem me enfeitiça e me engole? 

Lua, me conte o seu nome

PISANDO NA LUA - HUNGRIA HIP HOP (2020)

Tem hora que eu tenho uma vontade de pisar na lua, tá ligado?
*

O mundo tá mó em guerra 
Tá mó deslealdade, tá ligado? 
Tenho mó vontade de fazer a festa na lua 
Já pensou? 
Brisa nessa ideia aí

*
Pisando na lua, gravidade zero, tipo um astronauta de bermuda e de chinelo. 
Até sentei pra mandar um pra ver se era real, se é culpa das estrelas o que tá no meu mapa astral 
É que eu dou muito trabalho; 
É que eu sou do rolê 
Já tô com 28 ainda tentando me entender 
É que eu sou meio bipolar 
Não sou de fazer pose 
Gosto de carro baixo e o som espancando no 12”

*
Eu vou fazer tremer a rua 
E o asfalto da lua 
Se a terra tá em guerra 
Aqui a festa continua 
Eu vou fazer festa na lua 
Aqui não vai ter tarde 
Se eles fazem guerra 
A gente faz amor na nave

*
Eu vou fazer tremer a rua 
E o asfalto da lua 
Se a terra tá em guerra 
Aqui a festa continua 
Eu vou fazer festa na lua 
Aqui não vai ter tarde 
Se eles fazem guerra 
A gente faz amor na nave 
A gente faz amor na nave 
A gente faz amor na nave 
A gente faz amor na nave

*
Meu mundo sempre foi lunático 
Sou problemático 
Daqueles que aprecio o mato mais do que fantástico 
Chega a ser mágico 
Sente esse tempo bom 
Acho que a NASA é que me fez só pra escrever um som 
Vou botar pra tremer 
As estrelas do céu 
O show de luz é o brilho da lua e o farol do corcel 
Até parece papel 
Quando essa lata treme 
Não tem lei do silêncio 
E nem tem vizinho ligando pros PM 
Vão ver só no telescópio e vai ser ‘mó’ decepção 
Olha a vibe do moleque no meio da constelação 
Tá fugindo do padrão 
Coisa de outro planeta 
Pegando estrela na mão 
Vendo de perto esses cometas 

*
Pisando na lua, gravidade zero, tipo um astronauta de bermuda e de chinelo 
Até sentei pra mandar um pra ver se era real, se é culpa as estrelas o que ta no meu mapa astral 
É que eu dou muito trabalho 
É que eu sou do rolê 
Já to com 28 ainda tentando me entender 
É que eu sou meio bipolar 
Não sou de fazer pose 
Gosto de carro baixo e o som espancando no 12”

*
Eu vou fazer tremer a rua 
E o asfalto da lua 
Se a terra tá em guerra 
Aqui a festa continua 
Eu vou fazer festa na lua 
Aqui não vai ter tarde 
Se eles fazem guerra 
A gente faz amor na nave .

*

Eu vou fazer tremer a rua 
E o asfalto da lua 
Se a terra tá em guerra 
Aqui a festa continua 
Eu vou fazer festa na lua 
Aqui não vai ter tarde 
Se eles fazem guerra 
A gente faz amor na nave

*
A gente faz amor na nave 
A gente faz amor na nave

*
Pisando na lua

CHÃO DE ESTRELAS - ORESTES BARBOSA (SILVIO CALDAS) (1937)

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões

Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações

Meu barracão, no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou

E, hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher, pomba rola, que voou

Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Parecia um estranho festival

Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar, que nos morros, mal vestidos
É sempre feriado nacional

A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão

E tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar
E o violão.

===============
Observação:
[Letra de Orestes Barbosa, musicada e imortalizada por Silvio Caldas.
O título original era "Foste a sonoridade que acabou", mas foi trocado para
"Chão de Estrelas" por sugestão do poeta Guilherme de Almeida.]

MADALENA - RONALDO MONTEIRO E IVAN LINS (1971)

Ê Madalena
O meu peite percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu

Certo
Quando o nosso amor esperto
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra

Ê Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide

Até a lua
Se arrisca no palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste.


[canção imortalizada por Elis Regina]

O VIRA - JOÃO RICARDO, LUHLI (SECOS & MOLHADOS) (1973)

O gato preto cruzou a estrada
Passou por debaixo da escada
E lá no fundo azul, na noite da floresta
A lua iluminou a dança, a roda, a festa

Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomen
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira

Bailam corujas e pirilampos
Entre os sacis e as fadas
E lá no fundo azul, na noite da floresta
A lua iluminou a dança, a roda, a festa

Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomen
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira

Bailam corujas e pirilampos
Entre os sacis e as fadas
E lá no fundo azul, na noite da floresta
A lua iluminou a dança, a roda, a festa

Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomen
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira

O BÊBADO E A EQUILIBRISTA - JOÃO BOSCO E ALDIR BLANC (1979)

Caía a tarde feito um viaduto 
E um bêbado trajando luto 
Me lembrou Carlitos 

A lua, tal qual a dona do bordel, 
Pedia a cada estrela fria 
Um brilho de aluguel 

E nuvens, lá no mata-borrão do céu, 
Chupavam manchas torturadas, que sufoco! 
Louco, o bêbado com chapéu-coco 
Fazia irreverências mil pra noite do Brasil. 
Meu Brasil 
Que sonha com a volta do irmão do Henfil. 
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete. 
Chora a nossa pátria mãe gentil, 
Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil. 

Mas sei que uma dor assim pungente 
Não há de ser inutilmente, a esperança 
Dança na corda bamba de sombrinha 
E em cada passo dessa linha pode se machucar 
Azar, a esperança equilibrista 
Sabe que o show de todo artista 
Tem que continuar... 

[letra imortalizada na voz de Elis Regina]

NOTURNO - GUILHERME DE ALMEIDA (1947)

Na cidade, a lua:

a joia branca que

boia na lama da rua.

ESPAÇO - VITOR RAMIL (2000)

Verso lunar => A lua é um farol

============================

Quarto de não dormir
Sala de não estar
Porta de não abrir
Pátio de sufocar
Carta no corredor
Eu não vou nem pegar
A voz no gravador
Não quero escutar

A lua é um farol
O vento, um assobio
A foto é um out-door
Teu rosto, em três por quatro mostra que
Tudo
Na madrugada
Insiste em ficar
Já que existe
Tanto espaço em mim

Juro
Na luz do dia
Todas as coisas
Vão me perder
Como te perdi

Quarto de não dormir
Sala de não estar
Porta de não abrir
Pátio de sufocar
Carta no corredor
Eu não vou nem pegar
A voz no gravador
Não quero escutar

A lua é um farol
O vento, um assobio
A foto é um out-door
Teu rosto, em três por quatro mostra que
Tudo
Na madrugada
Insiste em ficar
Já que existe
Tanto espaço em mim

Juro
Na luz do dia
Todas as coisas
Vão me perder
Como te perdi

Tudo
Na madrugada
Insiste em ficar
Já que existe
Tanto espaço em mim

Juro
Na luz do dia
Todas as coisas
Vão me perder
Como te perdi
Juro

LUAR - JOÃO GUIMARÃES ROSA (1936)

De brejo em brejo,
os sapos avisam:
--A lua surgiu!...

No alto da noite as estrelinhas piscam,
puxando fios,
e dançam nos fios
cachos de poetas.

A lua madura
Rola,desprendida,
por entre os musgos
das nuvens brancas...
Quem a colheu,
quem a arrancou
do caule longo
da via-láctea?...

Desliza solta...

Se lhe estenderes
tuas mãos brancas,
ela cairá...

O UNIVERSO - OLAVO BILAC

(Paráfrase)

A Lua:

Sou um pequeno mundo;
Movo-me, rolo e danço
Por este céu profundo;
Por sorte Deus me deu
Mover-me sem descanso,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.

A Terra:

Eu sou esse outro mundo;
A lua me acompanha,
Por este céu profundo . . .
Mas é destino meu
Rolar, assim tamanha,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.

O Sol:

Eu sou esse outro mundo,
Eu sou o sol ardente!
Dou luz ao céu profundo . . .
Porém, sou um pigmeu,
Quer rolo eternamente
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.

O Homem:

Por que, no céu profundo,
Não há-de parar mais
O vosso movimento?
Astros! qual é o mundo,
Em torno ao qual rodais
Por esse firmamento?

Todos os Astros:

Não chega o teu estudo
Ao centro disso tudo,
Que escapa aos olhos teus!
O centro disso tudo,
Homem vaidoso, é Deus!

O HOMEM: AS VIAGENS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1973)

O Homem, bicho da Terra tão pequeno

Chateia-se na Terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a Lua
Desce cauteloso na Lua
Pisa na Lua
Planta bandeirola na Lua
Experimenta a Lua
Coloniza a Lua
Civiliza a Lua
Humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em Marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.

O homem funda a cuca se não for a Júpiter
Proclamar a justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
Só para te ver?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o Sol, falso touro
Espanhol domado.

Restam outros sistemas fora do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

LUA SEMENTE - ZÉ RAMALHO (1987)

Lua plantada na terra
Tem doce de cana
Vive no verde da serra
Semente tirana
Lua banhada de sangue
Não foge da morte
Traça na lama do mangue
A vida e a sorte
Lua soprada no vento
É gado no pasto
Some no sol ao relento
O céu é tão vasto
Lua queimada na chama
Não guarda segredo
Beijo de lua na cama
Congela meu medo

LUA-GIRA-SOL - TOM ZÉ (1992)

Lua uva
lua nova
lua noiva, ô, luar.

Lua seda
me arpeja
Me palmeja, ô, luar.

Ô gira-sol, gira luar
gira, gira, gira-sol, gira luar
girou.
Gira, gira, gira-sol, gira luar
gira, gira, gira-sol, gira luar
girou.

LUA - CRUZ E SOUSA (1893)

[poema mantido em sua grafia original do século XIX]

=======================================

Clamydes frescas, de brancuras frias,
Finissimas dalmáticas de neve
Véstem as longas arvores sombrias,
Surgindo a Lua nebulosa e leve...

Névoas e névoas frígidas ondulam...
Alagam lacteos e fulgentes rios
Que na enluarada refracção trémulam
D’entre phosphorescencias, calafrios...

E ondulam névoas, setinosas rêndas
De virginaes, de prónubas alvuras...
Vagam balladas e visões e lêndas
No flórido noivado das Alturas...

E fria, fluente, frouxa claridade
Fluctúa como as brumas de um lethargo...
E érra no espaço, em toda a immensidade,
Um sonho doente, cilicioso, amargo...

Da vastidão dos páramos serenos,
Das sideraes abobadas ceruleas
Cae a luz em antiphonas, em thrênos,
Em mysticismos, orações e dúlias...

E entre os marfins e as pratas diluidas
Dos languidos clarões tristes e enfêrmos,
Com grinaldas de rôxas margaridas
Vagam as Virgens de scysmares êrmos...

Cabellos torrenciaes e dolorosos
Bóiam nas ondas dos ethéreos gêlos.
E os corpos passam niveos, luminosos,
Nas ondas do luar e dos cabellos...

Vagam sombras gentis de mortas, vagam
Em grandes procissões, em grandes alas,
Dentre as auréolas, os clarões que alagam,
Opulencias de pérolas e opalas.

E a Lua vae chlorótica fulgindo
Nos seus alpérces ethereaes e brancos,
A luz gelada e pallida diluindo
Das serranias pelos largos flancos...

O’ Lua das magnolias e dos lyrios!
Geleira sideral entre as geleiras!
Tens a tristeza mórbida dos cyrios
E a lividez da chamma daa poncheiras!

Quando resúrges, quando brilhas e amas,
Quando de luzes a amplidão constéllas,
Com os fulgôres glaciaes que tu derramas
Dás febre e frio, dás nevrôse, gélas...

A tua dôr crystallisou-se ontr’ora
Na dôr profunda mais dilacerada
E das dôres estranhas, ó Astro, agora,
És a suprema Dôr crystalisada!...

TENDO A LUA - PARALAMAS DO SUCESSO (HERBERT VIANNA E TETÊ TILLET) (1991)

Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares
Mas de bailarinos
E de você e eu

Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares
Mas de bailarinos
E de você e eu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares
Mas de bailarinos
E de você e eu

GÎTÂ - RAUL SEIXAS E PAULO COELHO (1974)

Eu, que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando
Foi justamente num sonho que Ele me falou

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao seu lado

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar

Eu sou a a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contramão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada

Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar

Você me tem todo o dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor

Eu sou a dona de casa
Nos "peg-pagues" do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão

É, mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio

O início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio

LUA E FLOR - OSWALDO MONTENEGRO (1988)

Eu amava como amava um cantor
De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor
Eu sonhava como a feia na vitrine
Como carta que se assina em vão

Eu amava como amava um sonhador
Sem saber por que, e amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia amanhece, não

Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar
Se soubesse como te encontrar

LUAR DO SERTÃO - CATULO DA PAIXÃO CEARENSE E JOÃO PERNAMBUCO (1914)

LUAR DO SERTÃO (imortalizada nas vozes de Luiz Gonzaga, Maria Bethânia, Milton Nascimento...)

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“Não há, ó gente, oh não,
Luar, como este do sertão. ”
(refrão)
Oh que saudade do luar da minha terra,
Lá na serra branquejando,
Folhas secas pelo chão,
Esse luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade,
Do luar lá do sertão.
(refrão)
Se a lua nasce por detrás, da verde mata,
Mais parece um sol de prata,
Prateando a solidão,
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é a lua cheia,
A nos nascer no coração.
(refrão)
Quando vermelha, no sertão desponta a lua,
Dentro d’alma, onde flutua,
Também rubra, nasce a dor,
E a lua sobe…
E o sangue muda em claridade !
E a nossa dor muda em saudade…
Branca, assim, da mesma cor !!!
(refrão)
Ai !… Quem me dera, que eu morresse lá na serra,
Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez !
Ser enterrado numa grota pequenina,
Onde à tarde a surunina,
Chora sua viuvez.
(refrão)
Diz uma trova,
Que o sertão todo conhece,
Que se à noite o céu floresce,
Nos encanta e nos seduz,
É porque rouba dos sertões as flores belas,
Com que faz essas estrelas,
Lá do seu jardim de luz !!!
(refrão)
Mas como é lindo ver depois,
Por entre o mato,
Deslizar, calmo o regato,
Transparente como um véu,
No leito azul das suas águas, murmurando,
Ir, por sua vez roubando,
As estrelas lá do céu !!!
(refrão)
A gente fria desta terra sem poesia,
Não se importa com esta lua,
Nem faz caso do luar,
Enquanto a onça, lá na verde capoeira,
Leva uma hora inteira,
Vendo a lua a meditar.
(refrão)
Coisa mais bela neste mundo não existe,
Do que ouvir um galo triste,
No sertão, se faz luar,
Parece até que a alma da lua é que descanta,
Escondida na garganta,
Desse galo a soluçar !!!
(refrão)
Se Deus me ouvisse, com amor e caridade,
Me faria esta vontade,
-O ideal do coração !
Era que a morte,
A descantar, me surpreendesse, e eu morresse
Numa noite de luar, no meu sertão !
(refrão)
E quando a lua surge em noites estreladas,
Nessas noites enluaradas, em divina aparição
Deus faz cantar o coração da natureza,
Para ver toda a beleza do luar do Maranhão !
(refrão)
Deus lá do céu, ouvindo um dia, essa harmonia,
-A do meu sertão, do meu sertão primaveril,
Disse aos arcanjos que era o hino da poesia,
E também a Ave Maria, da grandeza do Brasil !
(refrão)
Pois só nas noites do sertão de lua plena,
Quando a lua é uma açucena,
É uma flor primaveril,
É que o poeta, descantado a noite inteira….

AS PASTORINHAS - NOEL ROSA E BRAGUINHA (1934)

A estrela d'alva no céu desponta
E a lua anda tonta com tamanho esplendor
E as pastorinhas pra consolo da lua
Vão cantando na rua lindos versos de amor

Linda pastora morena da cor de Madalena
Tu não tens pena de mim
Que vivo tonto com o teu olhar

Linda criança tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre sempre te amar.

A LUA FOI-SE EMBORA - JOÃO DE BARRO E CASTRO BARBOSA - (1934)

A Lua!
A Lua!
Já foi-se embora
E lá na serra
Já vem rompendo
A aurora

Todas as estrelinhas
Sumiram
Também a Lua apagou
A aurora já vem rompendo
No céu!
E o nosso amor se acabou

O sino bateu na serra
A passarada cantou
Mas ainda é noite fechada
E minha alma
Por que meu bem me deixou

LUA BRANCA - CHIQUINHA GONZAGA (1912)

 Oh, lua branca de fulgores e de encanto

Se é verdade que ao amor tu dás abrigo Vem tirar dos olhos meus o pranto Ai, vem matar essa paixão que anda comigo Oh, por quem és desce do céu, oh lua branca Essa amargura do meu peito, oh, vem, arranca Dá-me o luar de tua compaixão Oh, vem, por Deus, iluminar meu coração E quantas vezes lá no céu me aparecias A brilhar em noite calma e constelada E em tua luz então me surpreendias Ajoelhado junto aos pés da minha amada E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo Ela partiu, me abandonou assim Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim

PANDEIRO DE PRATA - TÚLIO PIVA


Ele nasceu no morro
Não sabe nem em que data
Até pensava que a lua
Pendurada no céu,
Feito um pandeiro de prata

Ele nasceu no morro
Não sabe nem em que data
Até pensava que a lua
Pendurada no céu,
Feito um pandeiro de prata

Foi na batida do samba
Que ele aprendeu seus primeiros passos
Mas a vida foi má e ele cresceu
Calejando seus braços

Mas que importa que tudo
Lhe traga dissabores
Se ele tem o samba, se ele tem o samba
Pra cantar amores

DOIS MIL E UM - RITA LEE E TOM ZÉ (1968)

Esta  música não fala na Lua, mas vai além dela.
"Dois Mil E Um" - Os Mutantes 
Letra: Rita Lee e Tom Zé 

==============================

Astronauta libertado
Minha vida me ultrapassa
Em qualquer rota que eu faça

Dei um grito no escuro
Sou parceiro do futuro
Na reluzente galáxia

Eu quase posso falar
A minha vida é que grita
Emprenha se reproduz
Na velocidade da luz

A cor do sol me compõe
O mar azul me dissolve
A equação me propõe
Computador me resolve

Astronauta... (refrão)

Amei a velocidade
Casei com 7 planetas
Por filho, cor e espaço
Não me tenho nem me faço

A rota do ano-luz
Calculo dentro do passo
Minha dor é cicatriz
Minha morte não me quis

Astronauta... (refrão)
Nos braços de 2.000 anos
Eu nasci sem ter idade

Sou casado sou solteiro
Sou baiano e estrangeiro
Meu sangue é de gasolina

Correndo não tenho mágoa
Meu peito é de sal de fruta
Fervendo num copo d'água

BANHO DE LUA - CELLY CAMPELLO (1960)

 Celly Campello - Banho De Lua (Tintarella di Luna)

Fui à praia me bronzear, me queimei, escureci Mamãe bronqueou, nada de sol Hoje só quero a luz do luar Tomo banho de lua, fico branca como a neve Se o luar é meu amigo, censurar ninguém se atreve É tão bom sonhar contigo, oh! Luar tão cândido Sob um banho de lua, numa noite de esplendor Sinto a força da magia, da magia do amor É tão bom sonhar contigo, oh ! Luar tão cândido Tim, tim, tim,raio de lua, tim, tim, tim, baixando o vento Ao mundo oh lua, cândida lua vem Tomo banho de lua, fico branca como a neve Se o luar é meu amigo, censurar ninguém se atreve É tão bom sonhar contigo, oh! Luar tão cândido Oh! luar tão cândido

A LUA GIROU - MILTON NASCIMENTO (1976)

A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso 
A lua girou, girou 
Traçou no céu um compasso 

Eu bem queria fazer um 
Travesseiro dos seus braços 
Eu bem queria fazer... 
Travesseiro dos meus braços 

Só não faz se quiser 
Um travesseiro dos meus braços 
Só não faz se não quiser... 
Sustenta palavra de homem 

Que eu mantenho a de mulher 
Sustenta a palavra de homem... 
Que eu mantenho a de mulher 

A lua girou, girou 
Traçou no céu um compasso 
A lua girou, girou 
Traçou no céu um compasso 

Eu bem queria fazer um 
Travesseiro dos seus braços 
Eu bem queria fazer...

ANDANÇA - DANILO CAYMMI, EDMUNDO SOUTO, PAULINHO TAPAJÓS (1968)


Vim, tanta areia andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa…

Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim
Na mão direita, rosas
Vou levar…

Olha a lua mansa…(me leva amor)
Se derramar
Ao luar descansa
Meu caminhar..(amor)
Meu olhar em festa…(me leva amor)
Se fez feliz
Lembrando a seresta
Que um dia eu fiz
(por onde for quero ser seu par)

Já me fiz a guerra…(me leva amor)
Por não saber
Que esta terra encerra
Meu bem-querer…(amor)
E jamais termina
Meu caminhar …(me leva amor)
Só o amor me ensina
Onde vou chegar
(por onde for quero ser seu par)

Rodei de roda, andei
Dança da moda, eu sei
Cansei de ser sozinha…

Verso encantado, usei
Meu namorado é rei
Nas lendas do caminho
Onde andei..

No passo da estrada…(me leva amor)
Só faço andar
Tenho meu amor
Pra me acompanhar..(amor)
Vim de longe léguas
Cantando eu vim…(me leva amor)
Vou, não faço tréguas
Sou mesmo assim
(por onde for quero ser seu par)

Já me fiz a guerra…(me leva amor)
Por não saber
Que esta terra encerra…(amor)
Meu bem-querer
E jamais termina
Meu caminhar…(me leva amor)
Só o amor me ensina
Onde vou chegar
(por onde for quero ser par)

Lá lá lá lá lá lá
Lá la lá lá lá lá….

LUA CHEIA - CHICO BUARQUE DE HOLLANDA (1967)

Ninguém vai chegar do mar
Nem vai me levar daqui
Nem vai calar minha viola
Que desconsola, chora notas
Pra ninguém ouvir

Minha voz ficou na espreita, na espera
Quem dera abrir meu peito
Cantar feliz
Preparei para você uma lua cheia
E você não veio
E você não quis

Meu violão ficou tão triste, pudera
Quisera abrir janelas
Fazer serão
Mas você me navegou
Mares tão diversos
E eu fiquei sem versos
E eu fiquei em vão

Minha voz ficou na espreita, na espera
Quem dera abrir meu peito
Cantar feliz
Preparei para você uma lua cheia
E você não veio
E você não quis

Meu violão ficou tão triste, pudera
Quisera abrir janelas
Fazer serão
Mas você me navegou
Mares tão diversos
E eu fiquei sem versos
E eu fiquei em vão

A LUA É MINHA - JORGE BEN (1973)

Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um!

A lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!
A lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!
São Baby em uma espaçonave azul
Voa em direção à lua rosa
Conquistando o universo
Ela será eternamente gloriosa!
Pois a lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!
A lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!
São Baby espere por mim, meu amor
Mas eu voltarei para os braços teus
Com um colar de estrelas de brilhante
Uma rosa de puro diamante só pra você!
Pois a lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!
A lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!
São Baby me enamorei por você
Sem querer na primeira vez e não sei onde
Contente de amor na vida espero voltar pra lhe dizer
São Baby!
Que a lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!
A lua é a minha
Ah ha ha!
A lua é rosa
Ah ha ha!

Máquina de ritmo - Gilberto Gil (2003)


Versos lunares => E bandos da lua virão se encontrar / Numa praia toda a lua cheia

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Máquina de ritmo
Tão prática, tão fácil de ligar
Nada além de um bom botão
Sob a leve pressão do polegar
Poderei legar um dicionário
De compassos pra você
No futuro você vai tocar
Meu samba duro sem querer

Máquina de ritmo
Quem dança nessa dança digital
Será, por exemplo, que meu surdo
Ficará mudo afinal
Pendurado como o dinossauro
No museu do carnaval?
Se você aposta que a resposta é sim
Por Deus, mande um sinal

Máquina de ritmo
Programação de sons sequenciais
Mais de cem milhões de bandas
De escolas de samba virtuais
Virtuais virtuosas vertentes
De variações sem fim
Daí por diante, samba avante
Já sem precisar de mim

Máquina de ritmo
Quem sabe um bom pó de pirlimpimpim
Possa deletar a dor de quem
Deixou de lado o tamborim
Apesar do seu computador
Ter samba bom, samba ruim
Se aperto o botão meu coração
Há de dizer que é samba, sim

Máquina de ritmo
Processo de algo-ritmos padrões
Múltiplos binários e ternários
Quaternários sem paixões
Colcheias, semicolcheias
Fusas, semifusas sensações
Nos salões das noites cariocas
Novas tecnoilusões.

Máquina de ritmo
Que os pós eternos vão silenciar
Novos anjos do inferno vão pôr
Qualquer coisa em seu lugar
Quem sabe irão lhe trocar
Por um tal surdo-mudo do museu
E os bandos da lua virão se encontrar
Numa praia toda lua cheia
Pra lembrar você e eu
Moreno, Domenico, Kassin
Assim meus filhos, filhos seus
E bandos da lua virão se encontrar
Numa praia toda a lua cheia
Pra lembrar
Você e eu.

MATSUO BASHÔ - QUE LUA, QUE FLOR (1689)

Que lua, que flor nada, bebo umas doses aqui sozinho. ===================== 月花もなくて酒のむ独りかな tsuki hana mo / nakute sake nomu / hitori kana (16...